...embora seria muito mais cômodo se assim o fosse!
Vira e mexe, as crônicas agruras do coração se colocam de forma tão brusca que se faz necessário um metódico exame para assimilar, parcialmente, a maldita dialética que assombra a (minha) existência.
Tal constatação vem do confronto entre a idílica crença no amor e sua configuração mais rasa assumida atualmente: relacionamento estável e constituição de família, e a inquieta percepção de que a vida não se resume a uma mera convenção social constantemente legitimada pela horda de sonâmbulos* a nossa volta !
(Que merda, este estado de ânimo torna minha escrita um tanto sóbria para o contexto habitual deste salão!)
No esforço de retratar os motivos desta palavrória introdução, eis a biografia:
Depois de um certo momento de conforto e variedade sexual (demorei meio ano para organizar a minha agenda e por em rigorosa prática as regras do meu secretíssimo manual da amante), eis que caí novamente (a quarta vez em minha vida) na ilusão do amor e pela primeira vez, na esperança de me tornar uma menina quase direita. O imperativo "nem só de buceta vive a sapa" fez com que me despedisse das amantes e migrasse para o que eu jurava, e juro, ser a última chance que daria ao amor (e por surpresa, até descobri que meu corpo é capaz de ser fiel!). Só que, a esta altura do campeonato e da minha obsessiva necessidade de evasão do cotidiano vulgar, me encontro no conflito entre a escolha do eu, ou do nós... ai, como isso pesa no peito! Uó!
E tenho a nítida impressão que, ou agora caso de vez(já beeem desacreditada e precisando de uma hercúlea força para continuar desacreditando), ou, volto a democratizar o amor e limitá-lo à minha mágica alcova ;). Será que desta vez me convenço que poderei escapar imune desta máxima esboçada no título?????
*Termo emprestado de Hannah Arendt(sim, eu a comeria!).