segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Relatos de uma coloninha...e algumas divagações estéticas!


Imagine esse bicho do mato em um prenúncio de mudança para a metrópole!Eis que nesta situação,em uma das nada convencionais e demasiado frequentes,luas-de-mel,a Érica foi tácita às vezes de cicerone e, certeiramente, me levou à Pinacoteca.
E qual foi meu súbito êxito quando,abrindo alas deste digno ambiente, me deparei com a incrível escultura de uma musa ofertando-se em voluptuoso furor! Ao passar por aquele frêmito ocorrido no simultâneo contato da minha vista com a peça, voltei minha cabeça à legenda e em grandes letras o seu nome: SAFO. Outro gozo! Não poderia o artista ter representado melhor, não poderia o curador ter encontrado lugar melhor! Naquele momento me senti impelida a prestar uma homenagem à musa, e na ênfase infatil própria das melhores brincadeiras, realmente sorrindo como criança, pedi que a minha amada Érica capturasse o momento com sua imprescindível lente.Eis que a timidez à exitou um pouco, mas, ao ver o incentivo e a diversão do segurança (que foi ótimo por sinal!)garantimos a continuidade da diversão com o registro que reparto com vocês e que, mesmo anterior à criação deste salão, não poderia ser mais oportuno em outro espaço!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Nem só de buceta vive a sapa...

...embora seria muito mais cômodo se assim o fosse!

Vira e mexe, as crônicas agruras do coração se colocam de forma tão brusca que se faz necessário um metódico exame para assimilar, parcialmente, a maldita dialética que assombra a (minha) existência.
Tal constatação vem do confronto entre a idílica crença no amor e sua configuração mais rasa assumida atualmente: relacionamento estável e constituição de família, e a inquieta percepção de que a vida não se resume a uma mera convenção social constantemente legitimada pela horda de sonâmbulos* a nossa volta !

(Que merda, este estado de ânimo torna minha escrita um tanto sóbria para o contexto habitual deste salão!)

No esforço de retratar os motivos desta palavrória introdução, eis a biografia:

Depois de um certo momento de conforto e variedade sexual (demorei meio ano para organizar a minha agenda e por em rigorosa prática as regras do meu secretíssimo manual da amante), eis que caí novamente (a quarta vez em minha vida) na ilusão do amor e pela primeira vez, na esperança de me tornar uma menina quase direita. O imperativo "nem só de buceta vive a sapa" fez com que me despedisse das amantes e migrasse para o que eu jurava, e juro, ser a última chance que daria ao amor (e por surpresa, até descobri que meu corpo é capaz de ser fiel!). Só que, a esta altura do campeonato e da minha obsessiva necessidade de evasão do cotidiano vulgar, me encontro no conflito entre a escolha do eu, ou do nós... ai, como isso pesa no peito! Uó!
E tenho a nítida impressão que, ou agora caso de vez(já beeem desacreditada e precisando de uma hercúlea força para continuar desacreditando), ou, volto a democratizar o amor e limitá-lo à minha mágica alcova ;). Será que desta vez me convenço que poderei escapar imune desta máxima esboçada no título?????

*Termo emprestado de Hannah Arendt(sim, eu a comeria!).